quarta-feira, 24 de março de 2010

BNDES PSI - Inovação

O BNDES está apoiando projetos de inovação em empresas, com valor mínimo de R$ 1,0 milhão, DIRETAMENTE, (sem a participaçao de bancos comerciais)

As taxas anuais são fixas, variando na contratação em função da característica do Projeto, entre 3,5% a.a. e no máximo 4,5% a.a.

Prazo Total para pagamentode até 120 meses e até 36 meses de carência também de acordo com o projeto.

A participação do BNDES pode chegar até a 100% do valor dos itens financiáveis.

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sábado, 20 de março de 2010

Sanofi-Aventis busca projetos de inovação no Brasil

O laboratório francês Sanofi-Aventis fechou parceria com a Fundação Biominas para identificar projetos na área de saúde no Brasil com foco em diabetes, doenças tropicais, como malária, febre amarela e dengue, e câncer. Criada há 20 anos, a fundação mineira trabalha na prospecção de projetos com potencial de inovação.

No ano passado, a Fundação Biominas, entidade privada sem fins lucrativos, apoiou cerca de 25 projetos com esse objetivo. É a primeira vez que uma empresa do porte da farmacêutica francesa elege o Brasil para buscar novos produtos, com foco em inovação, segundo uma fonte do setor.

Identificados esses projetos pela Fundação Biominas, a companhia poderá incrementar os estudos para colocar os produtos no mercado. "Esses estudos serão o braço de inovação da Sanofi aqui no Brasil", afirmou a mesma fonte ao Valor.

A Fundação Biominas, que tem um vasto banco de dados, busca projetos em empresas pequenas e médias e também universidades, com forte potencial para produto inovador. O objetivo é fomentar novas tecnologias que podem virar negócio.

Em 2008, a Fundação Biominas realizou trabalho semelhante com o laboratório suíço Roche. A entidade foi contratada para buscar projetos de inovação, com foco em pesquisas de moléculas e tecnologias realizadas no Brasil. O trabalho da fundação foi buscar potenciais parceiros para que a companhia suíça consiga lançar medicamentos fabricados no Brasil. Neste ano, a Roche Diagnóstica, outra divisão do grupo suíço, começa a fazer pesquisas para identificar os diversos vírus da região da Amazônia para fabricar futuras vacinas. Os estudos serão feitos em parceria com o Instituto Evandro Chagas (IEC), do Pará, e a Universidade de Columbia, nos EUA.

Farmacêuticas que investem em biotecnologia, como a Roche, e outras gigantes farmacêuticas, buscam firmar parcerias para incrementar suas pesquisas em inovação.

No ano passado, a Sanofi-Aventis adquiriu por R$ 1,5 bilhão o laboratório nacional Medley. A compra permitiu que a francesa avançasse no segmento de genéricos, tornando-se a líder no país e na América Latina. Quarta maior companhia farmacêutica do mundo, a empresa tem reforçado sua liderança também nos países emergentes.

Em 2009, a Sanofi-Aventis registrou faturamento global de € 29,3 bilhões. Os investimentos em pesquisa e desenvolvimento (P&D) ficaram em € 4,58 bilhões no mesmo ano, com recuo de 1,4% sobre 2008. A redução dos gastos com P&D com produtos farmacêuticos, que teve como reflexo a paralisação de alguns projetos, foram compensados com aumento de 14,5% em despesas em pesquisas para vacinas.

Embora o mercado de genéricos avance no Brasil e no mercado internacional, os grandes laboratórios farmacêuticos têm como foco principal fazer investimentos pesados em inovação de medicamentos. Os países emergentes, contudo, ainda são alvos de apostas de muitas companhias para aportes no segmento de remédios genéricos. "Investimentos em inovação ainda são raros em mercados emergentes, mas aos poucos, essa filosofia poderá mudar", afirmou uma fonte.

Mônica Scaramuzzo, de São Paulo Valor - 18/03/2010

terça-feira, 16 de março de 2010

Edital SENAI SESI de Inovação

Já estão abertas as inscrições para o Edital Senai-Sesi de Inovação 2010. Empresas com projetos de inovação que queiram participar do edital podem procurar unidades regionais do Senai e do Sesi.

O Edital SENAI SESI de Inovação valoriza as empresas que acreditam no poder transformador das boas ideias, oferecendo apoio para a promoção de pesquisa, desenvolvimento de processos, produtos inovadores e tecnologias sociais. Por meio do edital, o SENAI e o SESI ajudam a tirar do papel projetos que irão contribuir com a produtividade e a competitividade da indústria brasileira, melhorando as condições de trabalho e elevando a qualidade de vida dos trabalhadores.

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segunda-feira, 15 de março de 2010

Para BNDES e Finep, inovação demanda tempo

"Empresários brasileiros não têm tradição de investir no desenvolvimento de novas tecnologias"

A falta de tradição em investir em inovação, um empresariado marcado por longos períodos de incertezas na economia e uma ainda recente ação governamental coordenada de apoio ao desenvolvimento em tecnologia mais sofisticada são parte do diagnóstico de que o país ainda tem muito a caminhar para ganhar maior espaço entre àqueles que conquistam posições diferenciadas quanto se trata de alta tecnologia.

A questão é se ainda há lugares no bonde da história. Passados quase sete anos da primeiro movimento coordenado do governo Lula voltado ao incentivo à inovação e desenvolvimento tecnológico com a Política Industrial, Tecnológica e de Comércio Exterior (Pitce) há críticas de que, até agora, os resultados são incipientes.

Uma das questões básicas com poucas respostas é se o país vai se consolidar como exportador de commodities de sucesso mas, em paralelo, continuará mantendo sucessivo saldo devedor na balança comercial quanto aos itens de alta complexidade tecnológica.
Aline Massuca/Valor
Foto Destaque
Luiz Fernandes, presidente da Finep: instrumentos de apoio ainda recentes

"O conjunto do sistema de incentivos brasileiro tem sido pouco eficaz em alterar de maneira mais radical o quadro da inovação brasileira" resume estudo de uma série chamada "Desafios da Inovação", do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industria (Iedi). A entidade avalia que "inovação é o que em última análise promove o crescimento de longo prazo de uma economia e assegura sua competitividade a nível global". Por isso, para o Iedi, ela deve figurar no primeiro bloco de preocupações de um programa de desenvolvimento econômico para o país.

Para quem atua de perto na destinação dos recursos e no movimento das empresas brasileiras envolvidas em projetos de inovação, "ainda é cedo para medir resultados" das ações que começaram a ser deflagras no governo tucano e se ampliaram no petista. "Os instrumentos são recentes", afirma o presidente da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), Luiz Fernandes.

O primeiro passo da década de apoio à inovação foi o Fundo Verde Amarelo (2002). A Pitce foi anunciada em 2003 e ampliada em 2009 com a Política de Desenvolvimento Produtivo (PDP). A Lei de Inovação chegou em 2004, mas o principal mecanismo de apoio à inovação é a subvenção regulamentada por decreto presidencial em 2005. "O primeiro edital saiu em 2006 e os primeiros desembolsos em 2007. São só dois anos e pouco de execução de um instrumento. Estamos no meio do processo", diz o presidente da Finep.

O diretor de Planejamento do BNDES, João Carlos Ferraz, também destaca que o processo de inovação é lento: " Inovação é de longo prazo e tem que vencer resistências". Ele é um dos que avaliam que falta tradição no empresariado brasileiro para focar em projetos de inovação.

"É preciso perceber que é um negócio que vai dar um diferencial lá na frente. Acho que é uma coisa do país, do ambiente e seus momentos de incerteza que definem uma postura mais conservadora. Não conservador no sentido político, mas nos seus ativos, na baixa disposição ao risco e na falta, lá atrás, de políticas consequentes e duradouras. Quantos empresários existem como os da Totvs , quantos da Bematech, da Aché? Agora, não é porque o empresário não é inovador. Tem Havaianas, São Paulo Fashion Week, tudo criativo para danar, mas transformar em negócio é de longo prazo", afirma.

Ele mostra uma caixa de costura e diz: "Meu trabalho é fazer costuras. Somos muito bons em idealizar, desenhar, implementar e avaliar. Todos temos boas ideias, mas colocar um projeto de pé dá um trabalho... fico costurando as coisas o dia inteiro", brinca.

"Inovação está crescendo em termos de prioridade no país, mas este processo demanda persistência, longo prazo, tenacidade, tanto do ponto de vista do empresário como dos institutos de pesquisa e do governo. Os resultados de uma política que pretende fazer mudança estrutural se mede em décadas. São dez, quinze, vinte anos, não são políticas de curto prazo", diz. o diretor de planejamento do BNDES.

Ele lembra que a estrutura industrial brasileira é composta de setores naturalmente inerentes de baixa densidade em pesquisa e desenvolvimento aliada disposição empresarial ao risco baixa. Isso por um lado. Por outro lado, até a entrada do (Ronaldo) Sardenberg (ministro da Ciência e Tecnologia no governo Fernando Henrique Cardoso) careciam de continuidade e evolução das políticas de apoio à mudança estrutura", afirma Ferraz.

Ele explica que a estrutura industrial brasileira é complexa. "A percepção nossa, a síntese, que temos que mudar por dentro e por fora. Temos que mudar por dentro ou seja aonde nos temos empresas competitivas que são muito competitivas o seu setor terá destaca na estrutura industrial brasileira, commodities, diga de passagem, tem que fortalecer essas empresas. E não só fortalecer patrimonialmente, competitivamente, mas fortalecer em termos de dar mais densidade, estender o que for possível os investimentos em inovação dado as limitações de que tem a indústria, por exemplo, de minério de ferro que não é uma indústria de chips. Temos que trabalhar por dentro não só a empresa mas sua cadeia. E por fora, suas empresas de software, de defesa, biotecnologia. A política de desenvolvimento produtivo ela está direcionada a elevar o patamar de competitividade e capacidade inovativa a partir do estágio de desenvolvimento que a empresa ou o setor estão", diz

Fernandes, da Finep, por sua vez, lembra que o Brasil tem muitas potencialidades de capacidade clara em vários segmentos mas o "grande dilema é o desafio de passar do conhecimento para a geração de riqueza". Um caminho é o de ampliar investimentos privados em pesquisa e desenvolvimento indo além da presença do Estado. Ele diz que quanto aos investimentos públicos em ciência e tecnologia e inovação o patamar é o mesmo dos países ricos, entre 0,7% a 0,8% do PIB. Só que nos países mais ricos o investimento público alavanca o privado que é duas ou três vezes maior que o brasileiro.

A análise do Iedi mostra que para o objetivo de elevar o gasto privado, como é proposto pela PDP, de 0,61% para 0,65% do PIB, é necessário rever a forma de incentivar as empresas. Mantendo o patamar de incetivo atual, isso exigiria que o apoio governamental subisse de 0,07% para 0,09% do PIB.

Fonte: Valor - Heloísa Magalhães - 15/03/2010

quarta-feira, 10 de março de 2010

Sebrae quer multiplicar quantidade de pequenos negócios inovadores

Até 2012, o Sebrae pretende aumentar em 30 mil o número de empresas inovadoras no Brasil. É o dobro do que existe hoje, considerando os últimos dados oficiais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e da Pesquisa Industrial de Inovação Tecnológica (Pintec), de 2005.

Trata-se de um trabalho de formiga, diante do universo de 6 milhões de micro e pequenas empresas formais em atuação. O orçamento do sistema Sebrae para 2010 é de R$ 350 milhões, informa Edson Fermann, gerente da unidade de acesso à inovação e tecnologia da entidade.

Fermann avalia que as iniciativas em relação à inovação no Brasil ainda são muito tímidas. "O tema é algo muito ligado à indústria, mas o potencial das áreas de serviços e comércio é muito grande", diz.

Nesses dois setores, o foco da inovação está voltado sobretudo para marketing e processos organizacionais. Fermann afirma que as micro e pequenas empresas enfrentam dois grandes obstáculos. O primeiro deles é a falta de informação e a dificuldade de entender o jargão técnico. O segundo é o valor dos financiamentos, tanto do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) como da Finep. "Os valores mínimos, na casa de R$ 1 milhão, são muito altos. O micro e pequeno empresário não precisa mais do que R$ 100 mil para fazer muita coisa", diz.

O Sebrae elegeu o tema inovação como sua prioridade estratégica para o período de 2009 a 2015. As ações nesse sentido seguem uma solução integrada que abrange quatro etapas: sensibilização, capacitação, consultoria e recursos adicionais.

Em 2009, foram realizados 200 workshops em todo o Brasil, especialmente fora das capitais. Os eventos reuniram quase 20 mil participantes. Para apoiar o trabalho, o Sebrae elaborou uma cartilha na forma de história em quadrinhos. Um total de 115 mil exemplares foi distribuído diretamente a empresas escolhidas da carteira da instituição.

Outra iniciativa foi a criação de um portal na internet contendo informações sobre inovação para os pequenos negócios. Também foram produzidos programas rádio e TV e um curso presencial de capacitação de 15 horas. O plano é capacitar 5 mil MPEs em 2010. Na área de consultoria, o Sebrae criou a figura do agente local de inovação. O grupo de 540 consultores ajuda os pequenos empresários a responder os editais de chamada para financiamento. "O objetivo é melhorar a formulação dos pedidos e ampliar a quantidade de projetos aprovados", diz.
(EPA)Valor 10.03.10

terça-feira, 9 de março de 2010

BNDES aprova financiamento de R$ 30,2 milhões para Bematech

O BNDES aprovou financiamento de R$ 30,2 milhões para a Bematech S.A., empresa do setor de automação comercial, realizar investimentos em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D), na melhoria de processos, na estrutura de vendas e na capacitação de recursos humanos. Além disso, o projeto prevê a atualização e ampliação de linha de produtos da empresa e a modernização da infraestrutura e dos sistemas de gestão empresarial.

Aprovado no âmbito do Programa BNDES para o Desenvolvimento da Indústria de Software e Serviços de Tecnologia da Informação (BNDES Prosoft - Empresa) e da Linha de Inovação-Capital Inovador, o financiamento corresponde a cerca de 70% do investimento total do projeto, de R$ 43,3 milhões.

Os investimentos em P&D apoiados pelo BNDES visam ao desenvolvimento pela Bematech de novas versões de softwares, com funcionalidades específicas para o pequeno e médio varejo (organização de frente de caixa, escrituração digital, controle financeiro e de estoques, entre outros). O projeto inclui ainda o desenvolvimento de novos equipamentos, como impressoras térmicas, impressoras fiscais (adaptadas para a nova legislação fiscal), balanças com impressoras etiquetadoras.

Há ainda os investimentos corporativos, ou seja, voltados para a própria empresa, como a aquisição de novos equipamentos para os laboratórios da Bematech.

O relacionamento do BNDES com a Bematech data da década de 90, época em que adquiriu 20% do capital social da companhia. Desde então, o BNDES vem apoiando seu crescimento, tendo realizado diversas operações de financiamento à companhia. Atualmente, o BNDES ainda detém 8% do capital social da companhia, por meio da BNDESPAR.

Criada em 1990, a Bematech atua no segmento de automação comercial para o pequeno e médio varejo, oferecendo plataforma integrada de equipamentos, sistemas, serviços e capacitação.

Com fábrica em São José dos Pinhais (Paraná), a empresa centraliza sua administração em Curitiba e possui filiais distribuídas em dez Estados do Brasil, além de subsidiárias nos Estados Unidos, na Europa, na Ásia e na América do Sul.
fonte site do BNDES

Inovação: futuro da indústria?

Nossos planos de inovação ainda são formulações abstratas e de baixo impacto na produção

O deslocamento da produção manufatureira em direção à Ásia, a diferença brutal entre os custos de produção daqui e os de lá e a sinergia que existe entre os países asiáticos sinalizam uma ameaça permanente ao nosso sistema industrial.

Se olharmos para trás, desde o início da abertura comercial, das privatizações e em especial após a estabilidade econômica, vamos perceber que nossa indústria passou por uma enorme transformação. A abertura acirrou a concorrência, impôs a modernização da gestão e alterou profundamente as estratégias empresariais. As linhas de produtos mudaram de forma radical o layout e o desenho das plantas. O mesmo aconteceu com a gestão da qualidade. Um conjunto de atividades foi terceirizado, reduziram-se os níveis hierárquicos, novos serviços foram agregados à industria, em especial no relacionamento com seus clientes e, tímida e paulatinamente, a indústria incorporou uma agenda de inovação.

Em quase todos os setores industriais a parte mais relevante do valor agregado foi deslocada para as etapas finais de produção e comercialização. O fornecimento de insumos sofreu uma revolução. Na grande empresa essa mudança assumiu, por vezes, a forma de uma procura global, em outras de um modelo de hierarquização dos fornecedores e a introdução da noção "sistemista". A pressão ampla e generalizada pela redução de custos obrigou os fornecedores a baixar preços.

Essa competição feroz foi impulsionada pela China, com sua "deflação" de preços industriais. Muitas empresas valeram-se da possibilidade de ter insumos mais baratos e mantiveram sua posição de mercado, escalando para cima a cadeia de valor. São empresas cuja posição depende de outros ativos, muito deles intangíveis: sua rede de distribuição; seu pós-venda; a relação com os consumidores; ou ainda a sua marca e propriedade intelectual. Outras deslocaram suas plantas industriais ou parte de seus processos produtivos para a Ásia.

Isso tem tirado muita gente do mercado. Em termos agregados, o que sobra é um aumento das importações de bens finais ou a elevação do conteúdo importado da produção industrial. Esse jogo significou abandonar a tarefa árdua da manufatura e se dedicar mais e mais a encontrar soluções para a clientela. Ou seja, escalar as etapas de maior valor agregado. Todos seguem aqui o que a IBM já tinha feito década atrás.

Para poucos países, aqueles capazes de gerar superávit na sua conta de serviços, esse também não é um problema completamente insolúvel. A relação entre os Estados Unidos e a China é o exemplo marcante dessa nova realidade. Mas, para a maior parte dos países, aqueles incapazes de gerar superávit na conta de serviços ou que não contam com uma base de commodities para equilibrar seu saldo comercial, o desafio é muito maior.

No Brasil, vivemos a dubiedade de sermos competitivos em commodities e de termos um sistema industrial importante. Somos de um lado beneficiados pelo aumento dos preços de minérios e produtos agrícolas; mas sentimos a concorrência direta da produção manufatureira da Ásia. O pior de nossa posição é que um conjunto de fatores sistêmicos e de equívocos de política econômica realimenta esse processo.

Baixa escolaridade, juros altos, encargos e tributos elevados e burocracia excessiva compõem um custo sistêmico que compromete a competitividade. Para agravar tudo, na maior parte do tempo o câmbio esteve valorizado. Pior, todos os sinais indicam que o câmbio deve seguir valorizado em termos estruturais.

Abrir mão de nossa base industrial é um equívoco que poucos, nesta altura do desenvolvimento brasileiro, cogitam. Mas manter e ampliar essa base industrial requer ações de médio e longo prazo que ainda patinam. Não há no horizonte próximo qualquer sinal de mudanças substantivas capazes de proporcionar maior funcionalidade ao estado brasileiro. Por conseguinte o espaço de manobra que nos resta é trabalhar para uma agenda de competitividade em outras frentes.

Por
Rodrigo da Rocha Loures, pres. da Fed. das Ind.do Paraná - Valor 09/03/2010

terça-feira, 2 de março de 2010

Curso de inovação para quem for participar do Edital Senai-Sesi

PROTEC dará capacitação em projetos de inovação tecnológica com foco no Edital Senai-Sesi de Inovação 2010. O curso, gratuito, será oferecido em 12 estados, em março e abril.
mais informações AQUI

Investimento em inovação ainda é pequeno no país

Apesar do crescimento nos últimos anos, os investimentos em inovação dos laboratórios nacionais ainda é pequeno, se comparado com os aportes feitos por multinacionais. Boa parte das farmacêuticas internacionais destina por ano cerca de 6% a 10% do seu faturamento líquido em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D). Em 2008, o país investiu cerca de R$ 8 bilhões.

O governo está incentivando os laboratórios nacionais a fazer investimentos em inovação, como forma de reduzir a dependência do país de medicamentos de alta tecnologia. Segundo Ronaldo Mota, secretário do Desenvolvimento Tecnológico e Inovação do Ministério da Ciência e Tecnologia, o governo planeja dar impulso ao Sistema Brasileiro de Tecnologia (Sibratec). "Assim como a Embrapa [Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária] é referência internacional, queremos fazer o mesmo com o Sibratec na saúde", disse. A diferença, segundo ele, é que a Embrapa teve de mandar seus cientistas para o exterior nos anos 70 para que eles adquirissem conhecimento. "Nossos cientistas já têm conhecimento", disse. Mota afirmou que o Sibratec já tem convênios em oito Estados e deverá ampliar sua atuação para 22 Estados ainda neste semestre.

Ogari Pacheco, presidente do laboratório Cristália, defende tratamento diferenciado para os laboratórios nacionais que investem pesado em P&D no país. Segundo ele, é possível que companhias farmacêuticas nacionais de médio porte expandam seu portfólio com investimento em inovação.

A Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), vinculada ao Ministério de Ciência e Tecnologia, também está aumentando seus aportes em pesquisas na área da saúde. Os investimentos foram de R$ 607,5 milhões entre 2002 e 2009, segundo Gilberto Soares, da Finep.

A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) também está trabalhando para acelerar os processos de autorização de medicamentos no órgão. "O objetivo não é fazer rápido, é fazer bem", disse Dirceu Raposo de Mello, presidente da agência.

Raposo disse que a Anvisa tem contribuído para o Complexo Industrial da Saúde e que neste ano uma das prioridades será estreitar as relações com outras agências estrangeiras. As conversas estão mais adiantadas com o Canadá. Segundo ele, o mesmo deverá ser feito nos Estados Unidos e com os países da União Europeia, com os órgãos competentes destas regiões. "Já temos um acordo de reciprocidade com Moçambique", disse. (fonte: Valor 02/03/10 MS)

segunda-feira, 1 de março de 2010

Eles chegaram ao topo e prometem mudar o mundo

É um fato inédito: uma empresa brasileira no ranking de inovação do Fórum Econômico Mundial — ao lado do Twitter!
(PEGN - Por Elisa Corrêa)

Anote este nome: Care Electric. A empresa conseguiu a façanha de se tornar a primeira no Brasil a fazer parte do ranking “Technology Pioneers”, elaborado pelo Fórum Econômico Mundial com as startups mais inovadoras do mundo e divulgado no dia 3 de dezembro do ano passado. Com o projeto de um sistema de turbinas que gera energia elétrica a partir do fluxo natural das águas de um rio, a Care conquistou a quarta posição na categoria Energia e Tecnologias Ambientais. “Mandamos uma animação para explicar o funcionamento da turbina ao comitê do Fórum porque ela ainda não é produzida comercialmente, e comprovamos todas as suas funções com um protótipo”, conta o engenheiro mecânico Wilson Pierazoli Filho, 50 anos, um dos três sócios da empresa, que conta com mais dois funcionários e está incubada no Centro de Inovação, Empreendedorismo e Tecnologia (Cietec), desde 2007.

A geração de energia com baixo impacto ambiental fez com que a Care conquistasse um lugar de prestígio, ao lado do Twitter e de mais 24 empresas visionárias. As turbinas, suspensas por uma estrutura de aço, são colocadas em pontos estratégicos do rio e usam o movimento natural da água para gerar energia. A tecnologia permite que cardumes de peixes passem livremente pela estrutura, não interferindo no equilíbrio do rio. Em comparação com uma hidrelétrica tradicional, a instalação do sistema dispensa a construção de barragens, a inundação de terras, a desapropriação da população ribeirinha e o desvio do curso do rio.

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Outra vantagem é a rapidez. Fabricadas em aço, as partes da estrutura podem ser produzidas em série, como em uma indústria de automóveis. “Depois de feita a análise do rio, leva de oito a 12 meses para as turbinas já estarem funcionando, enquanto uma grande hidrelétrica demora, em média, entre quatro e cinco anos para ficar pronta”, diz o administrador Frank de Luca, 78 anos, americano naturalizado brasileiro. O custo de operação deve ser menor, já que as turbinas são automatizadas, controladas por sensores e câmeras e supervisionadas via internet.

“O projeto da Care também é uma inovação, porque pode ter um grande impacto social ao levar eletricidade a lugares com pouco ou nenhum acesso, reduzindo a poluição causada pelo uso de óleo diesel para alimentar geradores”, afirma Rodrigo Lara, diretor do Technology Pioneers. Para o cientista austríaco Johann Hoffaman, 61 anos, radicado no Brasil desde 1987 e autor da ideia que já tem patentes no Brasil e na Europa, a questão social é a mais relevante. “Ao fazer a energia chegar às áreas remotas, será possível que as pessoas permaneçam e trabalhem onde vivem, sem precisar ir para cidades maiores. Isso pode gerar um desenvolvimento local.”

Os sócios da Care agora esperam produzir comercialmente a primeira turbina. “Hoje somos detentores da ideia e da patente, mas não somos uma empresa geradora de energia. Vamos permitir o uso da tecnologia e supervisionar a construção, que deverá ser feita por outras empresas”, diz De Luca. Depois da nomeação pelo Fórum, ele garante que a Care já foi procurada por várias empresas brasileiras e europeias interessadas no projeto. “O Brasil pode fazer diferente, temos condições de criar tecnologias que evitem os desastres ambientais causados pelo desenvolvimento em outros países”, afirma Hoffman.
link para materia original PEGN