segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Inovação amplia volume de negócios em até 40%

Empresas de tecnologia de pequeno porte do Rio de Janeiro, São Paulo e Rio Grande do Sul buscam recursos na Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) para desenvolver soluções.

O objetivo é garantir autonomia para concorrer com grandes companhias, que lançam novas versões de produtos quase mensalmente. Os aportes variam de R$ 500 mil a R$ 4 milhões e serão usados para bancar a criação de softwares de automação comercial e de gestão de centros de segurança, além de sistemas voltados para a área de saúde e internet. Depois da finalização dos projetos, a expectativa dos empresários é aumentar o volume de negócios em mais de 40% ao ano.

A N&L Informática, empresa de Caxias do Sul (RS) especializada no desenvolvimento de softwares de gestão, decidiu buscar recursos na Finep para transformar em produto as pesquisas que realizou sobre a tecnologia RFID (Radio Frequency Identification). Obteve R$ 498 mil em quatro parcelas que serão pagas até o final do ano. "O objetivo é investir em sistemas de gestão empresarial e de vendas", explica Grasiela Tesser, gerente comercial da companhia. O RFID é um método de identificação automática por meio de sinais de rádio enviados por etiquetas coladas a produtos. "Permite identificar mercadorias em cada ponto da cadeia de abastecimento."

O protótipo do sistema foi lançado em uma feira de automação comercial, realizada em São Paulo, em abril. Até o primeiro semestre de 2011, a N&L Informática deve implantar um projeto piloto com a solução. A estimativa é que 40% do crescimento da empresa nos próximos dois anos seja impulsionado pela venda do novo software. Criada em 1981, a companhia tem 85 funcionários e clientes como a rede de lojas Marisa e o Grupo Prato Feito.

A Arcon, de serviços gerenciados de segurança, deve receber em agosto um aporte de R$ 4 milhões da Finep. O montante será aplicado no desenvolvimento de um software para a automação de processos em centros de operações da empresa. A companhia tem unidades no Rio de Janeiro e em São Paulo. Gerencia quase 300 ativos no país, com mais de 125 mil estações de trabalho e servidores de clientes. Faturou R$ 28 milhões em 2009 e deve crescer 15% em 2010, segundo o vice-presidente Marcus Moraes. "A partir de 2012, esperamos crescer 30% ao ano", afirma.

A Epeople, que desenvolve soluções de tecnologia para a área de saúde, vai receber R$ 2,3 milhões da Finep até a segunda quinzena de agosto. "A verba vai para um projeto de fabricação de aparelhos de eletrocardiograma e o desenvolvimento de soluções de TI para cardiologia e ultrassonografia", explica Euclides Barros, presidente da Epeople. Os produtos devem ficar prontos até 2012.

A expectativa da empresa é crescer mais de 40% no primeiro ano do lançamento dos sistemas, que gerenciam clínicas e exames médicos. "Vamos competir com grandes multinacionais da área de saúde, mas com produtos 100% nacionais." A Epeople tem 25 funcionários e clientes como o Hospital das Clínicas e o Instituto do Câncer, em São Paulo. Está no mercado há cinco anos e faturou R$ 4,5 milhões em 2009. Pretende atingir R$ 6 milhões de faturamento em 2010. "As linhas de apoio à inovação da Finep são interessantes porque privilegiam projetos bem estruturados e com resultados em um prazo mais longo", analisa André Matos, diretor da empresa carioca Lumis, que também conta com o suporte da financiadora.

O valor do projeto da Lumis, que trabalha com gestão de portais na internet, está avaliado em R$ 1,3 milhão. O prazo para finalização é 2011 e a empresa vai utilizar o novo produto para fidelizar clientes e expandir a carteira de contratos entre emissoras de televisão e grupos de varejo. "Estimamos um retorno médio de 40% ao ano com a comercialização do produto."

Em maio, o governo federal anunciou um novo pacote de investimentos para a área de ciência, tecnologia e informática no valor de R$ 2,5 bilhões. O montante deve ser oferecido pela Finep por meio de programas de cooperação com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e em chamadas públicas entre universidades, instituições e empresas.

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Pequeno volume de patentes é tema de debate

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O grupo Sygma e a Clarke, Modet, empresa espanhola com mais de 125 anos de experiência em propriedade intelectual, realizam, no próximo dia 13, um workshop sobre propriedade intelectual e gestão da inovação.

O evento, que será realizado nas instalações do Parque Tecnológico de São José dos Campos (SP), vai reunir as principais empresas de base tecnológica do Vale do Paraíba. A região, de acordo com o diretor de Desenvolvimento de Novos Negócios da Clarke Modet, Sérgio Mattar, apesar de ter um alto índice de desenvolvimento tecnológico, apresenta um volume baixo de registro de patentes, tendo em vista o caráter sigiloso dos projetos de defesa que envolve a maioria das empresas instaladas no polo aeroespacial de São José dos Campos.

"Existe um mercado interessante de propriedade intelectual nessa região, mas que precisa ser orientado e preparado sobre a importância estratégica da proteção do conhecimento no processo da gestão da inovação", disse. Segundo Mattar, as novas oportunidades de negócios que estão surgindo para as empresas de base tecnológica com projetos como o Trem de Alta Velocidade (TAV) e o Pré-Sal, vão exigir uma mudança cultural que passa pela proteção do conhecimento, através da patente.
Valor 12.8.10

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Lançado o Edital 2010 da Finep

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A Finep lançou o edital 2010, no valor de R$ 500 milhões, de natureza não reembolsável, para projetos de inovação
http://migre.me/13tlH

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Finep vai liberar R$ 500 milhões para inovação e pesquisa

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Financiadora deverá contemplar projetos nas áreas de energias renováveis, tecnologia da informação e nanotecnologia – além de pesquisas voltadas para o desenvolvimento do carro elétrico

O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge, disse nesta terça-feira que, nos próximos dias, a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), órgão ligado ao Ministério de Ciência e Tecnologia, lançará o edital da subvenção econômica que destinará R$ 500 milhões a investimentos em inovação em várias áreas, como energias renováveis, tecnologia da informação e nanotecnologia. O edital também contemplará novos projetos de pesquisa voltados para o desenvolvimento do carro elétrico, disse ele, durante discurso no Lean Summit 2010, em São Paulo.

De acordo com ele, os países do BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China) responderão em 2025 por 42% do total de veículos vendidos no mundo. Segundo Jorge, são países com frotas velhas e em condições de puxar a demanda global nas próximas décadas. Confirmadas as previsões, haverá no Brasil uma influência muito positiva sobre a indústria de peças, equipamentos e serviços no fornecimento à indústria e no atendimento ao mercado de reposição da frota circulante. Estas perspectivas, afirmou Miguel Jorge, representam enormes desafios para os governos, indústria e trabalhadores. Para o ministro, esses desafios colocam ainda pressões sobre os governos pela necessidade de infraestrutura urbana e de transportes mais adequada para o crescimento do setor.

Ministro do Desenvolvimento estima que dentro de 15 anos, os BRICs responderão por 42% do total de veículos vendidos no mundo

Também em 2025, segundo o ministro, o Brasil chegará a uma produção anual de 6,2 milhões de veículos. Ele ressaltou que, para isso acontecer, será preciso ter entre 6 mil e 8 mil novos engenheiros somente nas montadoras, os quais se somarão aos 12 mil engenheiros de hoje. "Precisamos de mais escolas técnicas, universidades, mestres, doutores e pesquisadores", disse.

Miguel Jorge ressaltou ainda que o Brasil poderá aumentar as exportações buscando novos mercados. "Aqui entra um ponto crucial que envolve os principais desafios do setor nos próximos anos. Uma das ações da Política de Desenvolvimento Produtivo (PDP) voltadas para a cadeia do complexo automotivo é a ampliação de acordos internacionais", disse.

Ele lembrou que nas décadas de 1980 e de 1990, pelo lado da indústria, participou dos trabalhos de integração produtiva do setor automotivo no Mercosul e no acordo com o México. Em julho de 2008, participou do acordo automotivo com a Argentina, com novas regras para o comércio de produtos do setor, um exemplo de cooperação entre governo e iniciativa privada.

O acordo do Mercosul, segundo Miguel Jorge, terminará em 30 de junho de 2014, quando o comércio de produtos automotivos não estará mais sujeito a tarifas ou limitações quantitativas. "Com isso, criamos um ambiente de previsibilidade para o investimento no setor. Não tenho dúvida de que é essencial aprofundarmos a integração produtiva no Mercosul para consolidar a posição na América Latina e melhorar as condições de forma a nos transformarmos em uma base de exportação."
Da Agência Estado