quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

A inovação no DNA

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Nem sempre a empresa familiar é resistente ao novo. É o que a Mueller mostra desde os anos 1950

O senso comum relaciona o termo “empresa familiar” a ideias que julgo bastante equivocadas. Ao ouvirem essas palavras, muitos pensam em companhias resistentes a modernas práticas de gestão e à inovação. Mas a experiência mostra que nem sempre é esse o caso. Assim como as organizações não familiares, muitos empreendimentos que permanecem controlados por descendentes dos fundadores também apostam nas melhores práticas e na pesquisa e produção de novos e diferenciados produtos como estratégia para crescer e se diferenciar.

É o caso da Mueller. Temos muito orgulho de nossas raízes. Mas aprendemos a preservar o passado e, principalmente, a tomar nossa história como ponto de partida para o estímulo a uma nova cultura. O fato de termos a inovação no DNA da empresa ajudou bastante.

Descendente de alemães, que têm grande tradição nas “artes de ofícios” (mecânica, marcenaria etc), meu pai, Walter Müller, fabricou as primeiras lavadoras de roupas do país, ainda na década de 1950. Na mesma época, consolidou a empresa justamente a partir de uma inovação tecnológica: a criação de um motor vedado que evitava que o óleo usado nas engrenagens pingasse nas roupas. A cultura da inovação, portanto, já era conhecida e respeitada por toda a Mueller.

Com o crescimento da concorrência, nos anos 1990, esse foi o ponto de partida para a nossa estratégia de inovação. Enveredamos, então, por dois caminhos que se tornaram complementares: a busca pela melhoria contínua no design dos produtos e a pesquisa de inovações tecnológicas na produção e engenharia.

Em 1995, o estabelecimento de uma parceria que perdura até hoje com um escritório de design paulista nos permitiu ter acesso a novas e variadas informações sobre as tendências na área. Internamente, montamos laboratórios próprios com equipamentos e infraestrutura equiparável àquela existente nas maiores multinacionais fabricantes de eletrodomésticos instaladas no país. Também trouxemos para a empresa engenheiros com grande experiência de mercado e laboratório – que passaram a se dedicar à pesquisa e ao desenvolvimento de novos produtos.

O nosso circuito de inovação foi fechado com a participação dos departamentos comercial e de marketing. Isso porque temos um objetivo muito claro quando aperfeiçoamos um produto já existente ou criamos um novo: atender às necessidades das mulheres, nosso público-alvo, e gerar benefícios para os lojistas. Nessa estratégia, o conhecimento dos gostos e dos anseios dos consumidores tem papel preponderante. E captamos esses anseios tanto no contato com os revendedores quanto em pesquisas qualitativas com consumidoras.

Os resultados são visíveis. Entre 2000 e 2010, as vendas da Mueller cresceram 35%. Em grande parte, esse salto se deve ao bom desempenho de produtos lançados nessa mesma década. A expansão dos negócios também possibilitou que chegássemos a novos mercados, como os de fogões a gás e de lavadoras automáticas. O impacto positivo sobre a marca foi significativo.

A Mueller ingressou no ranking das empresas mais inovadoras do sul do país e com um único produto – a lavadora SuperPop – obteve o registro de cinco patentes e a conquista de diversos troféus, entre eles o maior prêmio mundial de design, o Idea Awards. Graças à inovação, a marca Mueller figurou positivamente no New York Times e em diversos veículos de comunicação nacionais, o que certamente deu fôlego renovado a nossa equipe de inovadores.

Por John Müller - Diretor-presidente da Mueller

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Halliburton e Tenaris Confab investem R$ 42 milhões em centro de pesquisa

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O Parque Tecnológico da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) ganhará mais dois centros de pesquisa a partir de amanhã.

As multinacionais Halliburton, prestadora de serviços para exploração e produção de petróleo, e a Tenaris Confab, fabricante de tubos aço, assinam amanhã um contrato com a instituição de ensino para a construção de unidades de pesquisa para o desenvolvimento de novas tecnologias para o setor de petróleo e gás. A previsão de investimentos é de R$ 42 milhões.



A Halliburton ocupará um terreno de sete mil metros quadrados e deverá investir de cerca de R$ 26 milhões. Seu centro de pesquisa terá como foco a caracterização e o monitoramento de reservatórios de petróleo e gás, produtividade, construção e completação de poços. A companhia norte-americana pretende desenvolver soluções para estimulação e performance de poços, área eletrônica e desenvolvimento de softwares em 3D e visualização.



Por sua vez, a Tenaris Confab, que também fornecerá equipamentos para a central nuclear de Angra 3, ocupará terreno de quatro mil metros quadrados, onde realizará estudos para os setores de mineração, construção civil e automobilístico, além da atuação em petróleo e gás. O objetivo, segundo a empresa, é desenvolver novas tecnologias para soldagem de tubos, testes e simulações para tubos de grande diâmetro e estudos de revestimentos metálicos de polímeros. Além disso, está previsto um setor para cuidar especificamente de conexões premium, especialmente destinadas a operações de perfuração de poços de P&G. A empresa devera aplicar neste centro de pesquisas cerca de R$ 36 milhões.

A previsão é que as obras de ambos os centros sejam iniciadas ainda no segundo semestre de 2011 e que sejam concluídas até o final de 2012. Com isso, o centro da UFRJ se consolidará com o maior polo de pesquisas do País para o setor de petróleo e gás, que já conta com empresas como Schlumberger (a primeira a anunciar um centro de estudos para o pré-sal na área do parque), FMC, Baker Hughes, Usiminas, Lupatech e General Electric, que anunciou o centro como uma das medidas de um plano de investimento que soma US$ 500 milhões no Brasil.

O parque foi inaugurado em 2003 e possui 350 mil metros quadrados, destinados a abrigar empresas de setores intensivos em diferentes áreas de conhecimento. De acordo com a universidade, restam apenas três vagas para completar a ocupação dessa área. Em janeiro de 2011, haverá novo processo seletivo destinado a empresas de grande porte.

DCI 21.12.10 / MAURÍCIO GODOI / RIO DE JANEIRO

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Subvenção econômica à inovação tem resultado suspenso

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14 de Dezembro de 2010

A diretoria da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) informa que a divulgação de resultados do processo de Subvenção Econômica à Inovação - 01/2010 encontram-se suspensos até que seja julgada representação no Tribunal de Contas da União (TCU).
Finep – 13/12/2010

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

O mestre da estratégia

Um dos pensadores econômicos mais conceituados da atualidade, o professor indiano Vijay Govindarajan acredita que, hoje, a inovação acontece primeiro em países emergentes como Brasil, Índia e China

Eleito pelo Financial Times como um dos 50 maiores pensadores do mundo em estratégia, o indiano Vijay Govindarajan garante: os mercados emergentes são os inovadores da vez. Consultor Chefe de Inovação na GE, ele é autor do termo “inovação reversa” — hoje as ideias surgem nos países emergentes, para depois serem exportadas para os mais ricos. Em entrevista a Pequenas Empresas & Grandes Negócios, ele diz que a nova dinâ­mica gera oportunidades para pequenas e médias empresas.

Govindarajan participa, em novembro, da HSM ExpoManagement, em São Paulo.

O que é inovação reversa?
Historicamente, as potências investiam em inovação e produziam internamente, para depois exportar aos países em desenvolvimento. Esse processo, difundido na década de 1990, foi denominado glocalização. O termo significa pensar globalmente e atuar localmente. Inovação reversa significa o oposto. É fomentar a inovação em países como China, Índia e Brasil, para depois levá-la aos países ricos.

Os emergentes têm tecnologia para criar bens de consumo competitivos no mercado internacional?
As economias emergentes têm um longo caminho a percorrer. Mas isso não quer dizer que não podem ser competitivas.

Como as pequenas e médias empresas brasileiras podem aproveitar a inovação reversa?
Elas não podem ter medo de arriscar e competir com as multinacionais. O momento é excelente para pequenas e médias empresas porque elas conhecem a fundo o consumidor do país. Como entendem seus hábitos, podem suprir os anseios dos consumidores.

É difícil para empresas menores criarem um ambiente propício para a inovação?
Não. Essas empresas têm todas as ferramentas. São flexíveis, ágeis e empreendedoras, qualidades essenciais para inovar.

Qual a principal barreira para a difusão da inovação reversa?
É preciso promover uma mudança de mentalidade nas companhias que dominam o mercado econômico mundial. A produção da maioria das multinacionais ainda está voltada para indivíduos de alta renda. É preciso atender também pessoas pobres em países pobres, um mercado em potencial que está marginalizado.

Como os empreendedores brasileiros podem competir com Índia, China e Rússia?
O grande desafio é exportar bens de maior valor agregado. É importante também que os integrantes do BRIC (grupo de países emergentes formado por Brasil, Rússia, Índia e China) se enxerguem como parceiros, e não adversários. O mercado não é restrito. Existe espaço para todos, desde que haja competência. Quando esses países se unem e fazem acordos, um supre a deficiência do outro.

Quais os setores em que os empreendedores brasileiros podem encontrar boas oportunidades?
A meu ver, os empresários brasileiros devem investir nos setores de saúde e educação, áreas deficitárias e nas quais o governo não mostra eficiência. Além disso, educação é fundamental para o crescimento do país. É desanimador constatar que muitas vagas em cargos estratégicos não são preenchidas porque falta mão de obra qualificada.

VIJAY GOVINDARAJAN QUEM É: Um dos maiores especialistas mundiais em estratégia e inovação
O QUE FAZ: Doutor por Harvard, Consultor Chefe de Inovação na GE e professor de Negócios Internacionais na Tuck School, onde também dirige o Global Leadership 2020, programa de educação lecionado em três países e focado em gerenciamento global

por PEGN / Ana Cristina Dib / Satish Kaushik/The India Today Group/Getty Images

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Portal da Inovação

A partir desta semana estará no ar o novo portal da Sociedade Brasileira Pró-Inovação Tecnológica (Protec)

A iniciativa é o primeiro passo da Protec para ampliar a interatividade do seu endereço eletrônico que já é a maior fonte de consulta em inovação tecnológica na América Latina.

O portal conta com serviços de notícias, eventos, simulador de incentivos, agenda de editais, legislação do setor e links para as principais associações setoriais do País.
Para conferir acesse www.protec.org.br