quarta-feira, 8 de junho de 2011

UFRJ atrai empresas para investimento em pesquisa

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Maurício Guedes, da Fundação Parque Tecnológico: cada empresa terá que gerar R$ 6 milhões de projetos por ano


Siemens-Chemtech, BG e EMC venceram a disputa promovida pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) para ocupar três terrenos no Parque Tecnológico da Coppe, na Ilha do Fundão. As três juntas devem investir em pesquisa e desenvolvimento (P&D) de US$ 150 a US$ 200 milhões em dois anos. A estimativa é de contratação de 300 a 400 pesquisadores, informou Marcelo Haddad, titular da agência de fomento Investe Rio.

Ficou de fora a Vallourec & Mannesmann, que produz tubos e vedações para a indústria do petróleo. Venceram as empresas que pagaram mais pelo aluguel do terreno. O processo de seleção, realizado em lances, com proposta em envelope fechado, foi feito em três etapas, uma para cada terreno. As três empresas vão ocupar área de 240 mil metros quadrados.

Na primeira rodada, saiu vencedora a Siemens, que vai pagar R$ 56 mil mensais pela área. Na segunda, ganhou a BG, com a oferta de R$ 61 mil mensais de aluguel. Na terceira, foi a vez de entrar a EMC, com R$ 9 mil.

A queda do valor pago pela EMC surpreende se comparado ao das duas primeiras rodadas. Mas foi a maior oferta naquele lance. O diretor-geral da Fundação Parque Tecnológico da Coppe/UFRJ, Maurício Guedes explica que é importante para a universidade quanto vai receber, mas a questão é menos imobiliária e muito mais a oportunidade de pesquisas que serão geradas. Está no contrato que cada uma das empresas terá que gerar R$ 6 milhões de projetos por ano com a UFRJ.

O grupo BG informou que as obras do novo centro devem começar entre o fim deste ano e o início de 2012 e o início da operação está previsto para o primeiro trimestre de 2013. Será um Centro Global de Tecnologia, centralizando a gestão de projetos de pesquisa de tecnologia a partir de uma rede de Institutos BG distribuída pelo Brasil em parceria com universidades locais e internacionais e empresas fornecedoras. O objetivo é exportar inovação tecnológica para outras partes do do mundo.

A companhia informou ainda que o grupo investirá cerca de US$ 1,5 bilhão até 2025 em P&D. Segundo a companhia, aqui o foco serão projetos que tenham como base estudos ligados às operações necessárias para o desenvolvimento do pré-sal, assim como perfuração, segurança operacional e ambiente.

Os valores dos investimentos de cada uma das vencedoras não foi divulgado. Duas delas, Siemens-Chemtech e EMC, estão programando a vinda de altos executivos das respectivas matrizes para anunciar os detalhes dos projetos.

O principal executivo da área de pesquisas da EMC, Pat Gelsinger (responsável por várias patentes quando era da Intel) chega ao Rio de Janeiro em breve. Procurada, a Siemens informou que não é o momento de divulgar nada. A empresa não confirma a vinda de um executivo da matriz, mas a visita é esperada.

Em entrevista ao Valor, em maio, o presidente da Siemens para as Américas, Peter Solmssen e o presidente da empresa no Brasil, Adilson Primo, disseram que a instalação de centro de pesquisas no Parque Tecnológico permitiria aproveitar sinergias com o Centro de Pesquisas da Petrobras e da Eletrobras.

A proposta, segundo eles, é fazer pesquisas em redes inteligentes, tecnologias usadas na transmissão e distribuição de energia elétrica, além de petróleo, atividade da Chemtech, braço do grupo alemão focado na área de óleo e gás. Esta empresa tem 800 engenheiros dedicados a P&D.

A EMC foi alvo de longo trabalho de atração para a UFRJ, realizado pela Investe Rio. Havia outras cidades na Ásia na disputa para sediar o centro de pesquisas.

A empresa, que faturou US$ 17 bilhões no ano passado e atua na área de processamento de grande volume de dados, está atenta aos desafios da chamada computação na nuvem para grande volume de informações, como é o caso da área de petróleo. Mas também pretende envolver pesquisas em telecomunicações e na área de saúde.
Valor 08.6.11

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