sexta-feira, 29 de julho de 2011

BNDES destina R$ 7,5 milhões para inovação em motor elétrico de veículos

Projeto da WEG pode contribuir para desenvolvimento da indústria nacional de carros elétricos
O BNDES financiará o desenvolvimento de motores elétricos pela WEG S/A. A empresa receberá apoio do Banco no valor de R$ 7,5 milhões, equivalentes a 62,3% do investimento total, de R$ 12 milhões.

Os recursos serão liberados por meio da linha Inovação Tecnológica, uma vez que os novos motores trarão avanços em relação aos já existentes. Os motores seguirão duas rotas tecnológicas: a de tração elétrica híbrida e a de tração puramente elétrica.

Entre as tecnologias inovadoras, estão o desenvolvimento de um sistema de tração mais leve, compacto e eficiente em comparação aos já existentes e de um novo sistema de refrigeração que permita a redução de peso e aumento da confiabilidade.

As atividades serão realizadas prioritariamente na sede da empresa em Jaraguá do Sul (SC), mas também poderão ser executadas por parceiros tecnológicos, como consultores, universidades ou institutos de pesquisa. A conclusão do projeto está prevista para dezembro de 2013.

O financiamento à inovação é contemplado com condições financeiras especiais do Programa BNDES de Sustentação do Investimento (BNDES PSI), de 4% ao ano. Entre os méritos do projeto, está o alto potencial de crescimento do mercado de veículos elétricos, com demanda nacional em nichos específicos. Além disso, os sistemas de tração elétrica são uma alternativa ao uso de motores a combustão, sobretudo porque trazem menos impacto ao meio ambiente e são mais eficientes.

Boa parte da atual ineficiência energética do motor de combustão vem da geração de calor. Estima-se que apenas 15% da energia potencial de um combustível em um automóvel seja efetivamente utilizada para movimentá-lo. Já os veículos elétricos apresentam rendimento mínimo do motor de 40%.

Há, atualmente, duas categorias de veículos elétricos: híbridos e puramente elétricos. Os híbridos são assim chamados por combinarem um motor de combustão interna com um gerador, uma bateria e um ou mais motores elétricos. Nesses veículos, o motor a combustão é menor e menos potente que nos veículos convencionais, reduzindo o consumo de combustível e volume de emissões.

Os veículos puramente elétricos não possuem motor a combustão. São integralmente movidos por energia elétrica, seja provida por baterias, por células de combustível, por placas fotovoltaicas (energia solar) ou ligados à rede elétrica, como os trolebus. A maioria dos lançamentos das grandes montadoras tem se concentrado em veículos à bateria.

O projeto da WEG está em linha com a estratégia da empresa de investir no desenvolvimento de novos produtos com tecnologia própria. Por ser um fabricante brasileiro de geradores e motores elétricos, a WEG pode contribuir para o desenvolvimento de uma indústria nacional de veículos elétricos.

BNDES 28/07/2011

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Feira do Empreendedor abre inscrições gratuitas na internet

Serão mais de 15 mil vagas em palestras, oficinas e seminários voltados para empresários, empreendedores e interessados em se formalizar ou em busca de oportunidades de negócio
Considerada a maior feira de negócios para micro e pequenas empresas do Brasil, a Feira do Empreendedor 2011 já está com as inscrições abertas pela internet. Em sua quinta edição, a Feira vai acontecer de 4 a 8 de outubro, no Centro de Convenções da Bahia, em Salvador. As inscrições são gratuitas e só podem ser feitas no site www.feiradoempreendedor.ba.sebrae.com.br, até o dia 30 de setembro. Após essa data, os participantes só poderão se inscrever nos dias da Feira, no local do evento, com o pagamento de uma taxa de R$ 5, que será doada à Associação Pracatum Ação Social.
Durante os cinco dias do encontro, serão realizados 290 eventos, pagos e gratuitos. Serão mais de 15 mil vagas em palestras, oficinas e seminários voltados para empresários, empreendedores e interessados em se formalizar ou em busca de oportunidades de negócio. A inscrição nos eventos pagos poderá ser feira pelo site, a partir de agosto, e a reserva para os eventos gratuitos deverá ser feita no dia e local da Feira.

Realizada a cada dois anos na Bahia, a Feira do Empreendedor recebeu o prêmio de melhor feira do circuito brasileiro nas duas últimas edições (2007 e 2009). Concedida pelo Sebrae Nacional, a premiação tem o objetivo de ampliar os resultados e o desempenho das feiras promovidas pela instituição. Neste ano, o evento contará com maior estrutura e diversidade de produtos e serviços, buscando auxiliar os empreendedores que querem iniciar, expandir e diversificar seus negócios.

O ambiente da Feira contará ainda com mais de 100 expositores de oportunidades de negócios, entre máquinas, franquias, serviços digitais, negócios verdes e sustentáveis e representações comercias.
Da Agência Sebrae de Notícias

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Google procura o próximo Google

Grupo investe US$ 200 milhões em empresas iniciantes e usa seus algoritmos para tentar achar o novo grande sucesso da tecnologia

O Google acha que pode ser jovem e maluco novamente. E está apostando US$ 200 milhões nessa possibilidade. No mercado mais aquecido para companhias iniciantes de tecnologia em uma década, a gigante do Vale do Silício está jogando de capitalista de risco numa corrida para descobrir o próximo Facebook ou Zynga.

Outras companhias de tecnologia consolidadas estão fazendo o mesmo, já que os dólares de capital de risco no mercado se aproximam dos níveis vistos pela última vez na era da bolha das pontocom de 2000.

Para alguns, isso é um sinal revelador de um setor superaquecido, sintomático de uma corrida tardia e não recomendada para investir nos tempos bons. Mas o Google diz que tem uma arma para guiá-lo na escolha dos investimentos - um molho secreto que implica usar algoritmos baseados em dados para descobrir o futuro sucesso. Pouco importa que a quantidade de dados seja, com frequência, muito pequena, pelo fato de as companhias serem muito recentes e a maioria dos capitalistas de risco dizer que investir é mais uma arte que uma ciência. No Google, até a arte é quantificável.

"Investir é estar numa sala escura e tentar achar a saída", disse Bill Maris, sócio gerente do Google Ventures, o braço de investimentos do grupo. "Se você tiver um fósforo, deve acendê-lo."

Os fundos corporativos de investimento de risco aportaram US$ 583 milhões em empresas iniciantes nos primeiros três meses do ano, segundo a National Venture Capital Association, ante US$ 443 milhões no mesmo período do ano passado e US$ 245 milhões em 2009, antes do investimento em tecnologia começar sua rápida reviravolta. Hoje, 10% dos dólares do capital de risco vêm de corporações, próximo do pico de 15% da era da bolha anterior, em 2000.

Facebook, Zynga e Amazon.com estão investindo em empresas iniciantes de mídia social. A AOL Ventures reiniciou no ano passado, após três tentativas anteriores, e a Intel Capital espera investir mais neste ano que os US$ 327 milhões de 2010. O Google Ventures diz que investiu tanto dinheiro no primeiro semestre deste ano como em todo o ano passado, e Larry Page, o cofundador da companhia que se tornou seu presidente executivo neste ano, prometeu manter os cofres abertos.

Análise. "Quando o pessoal das corporações se envolve, isso geralmente significa que o mercado está no auge", disse Andrew S. Rachleff, que leciona sobre capital de risco em Stanford e foi fundador da Benchmark Capital, uma empresa de investimentos de risco. Ele questionou também o uso de algoritmos pelo Google nesta área. "Não há nenhuma análise a ser feita quando se está avaliando uma companhia que está criando um novo mercado, porque não há um mercado para analisar", disse.

Apesar de até Bill Maris comparar o investimento de risco a "comprar bilhetes de loteria", o Google diz que tem fé em seus algoritmos. Ao mesmo tempo, ele está dando os passos incomuns de prover às empresas iniciantes selecionadas o acesso a seus 28,7 mil empregados para o aconselhamento em engenharia, recrutamento e negócios, e oferecendo espaço de escritório no Googleplex e aulas sobre a construção de uma empresa.

Page, que não aceitou o pedido de uma entrevista, já comprometeu os US$ 200 milhões do Google Ventures deste ano e diz que uma quantia virtualmente ilimitada está disponível, segundo Maris, enquanto o Google reata com suas raízes iniciais. "Tive conversas com Larry nas quais ele disse: "Faça o máximo que puder, o mais rapidamente que puder e da maneira maior e mais inovadora possível"."

O Google diz que sua abordagem está dando resultados. Um de seus investimentos, a Ngmoco, foi adquirida por uma companhia de jogos japonesa, DeNA, por até US$ 400 milhões, e outro, HomeAway, para aluguel de casas de praia, teve uma recepção calorosa dos investidores quando abriu seu capital no mês passado. Uma terceira, Silver Spring Networks, uma companhia de rede inteligente, entrou com pedido para abrir seu capital na semana passada.

O Google Ventures investe em várias áreas - internet, biotecnologia e tecnologia limpa. Ele coloca grandes somas de dinheiro em companhias maduras, mas está investindo também pequenas quantias em 100 empresas novas neste ano.

Para fazer suas escolhas, a companhia construiu algoritmos de computador usando dados de investimentos de risco passados e da literatura acadêmica. Por exemplo, para companhias individuais, o Google introduz dados sobre quanto tempo os fundadores trabalharam nas empresas antes de levantar dinheiro e se os fundadores tiveram êxito na fundação de empresas no passado. O grupo coleta informações similares sobre investimentos potenciais antes de dar luz vermelha, amarela ou verde. / TRADUÇÃO DE CELSO PACIORNIK
21 de julho de 2011
Claire Cain Miller - O Estado de S.Paulo
THE NEW YORK TIMES

terça-feira, 19 de julho de 2011

Inovar é preciso

"O Brasil precisa investir em inovação" é quase um "mantra" recitado por empresários, governo, pesquisadores e mídia.

Apesar dessa aparente unanimidade, os resultados atuais, como mostrados na Pesquisa de Inovação Tecnológica (Pintec) realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2008 e no relatório Unesco sobre Ciência - 2010, no capítulo sobre o Brasil, são ainda tímidos quando comparados, por exemplo, com Índia, China e Rússia, parceiros do Brasil no grupo dos Brics. São consequência direta das decisões que tomamos no passado ou que julgávamos irrelevantes e não resultado de discursos entusiasmados. Talvez seja hora de nos perguntarmos se esse "mantra" não é um "carma".

A inovação não se dá por acaso, muito menos pode ser entendida como um evento isolado. É um processo que requer continuidade, maturação, entendimento, capacitação e ambiente favorável, apropriado e incentivado.

A inovação, apesar de se consubstanciar dentro das empresas, sendo fator de melhoria de seus produtos, processos, marketing e gestão organizacional e consequentemente da sua competitividade e produtividade, das conquistas de novos mercados, da geração de empregos de qualidade e das oportunidades de renda, tem como resultado final o crescimento da riqueza nacional. Por essa razão o apoio do governo como protagonista é relevante para alcançar seus objetivos.

No Brasil, o governo se faz presente, ainda que de maneira modesta. Nas agências de fomento como Fapesp, CNPq e Finep, bem como nos marcos regulatórios das leis de inovação federal e estaduais, da Lei do Bem e dos fundos setoriais, se identificam instrumentos específicos de apoio à inovação empresarial, com espaço para adequação das atuais legislações, de modo a ampliar o benefício para as pequenas e médias empresas.


Temos no país cerca de 400 incubadoras, onde 4.800 empresas orbitam, e 20 parques tecnológicos

A esses se somam o entendimento, hoje melhor que o de ontem, de que a academia e o setor empresarial devem vencer paradigmas. A academia se engajando mais, mantidas suas atribuições de ensino e pesquisa de qualidade, na identificação e atendimento das demandas do setor empresarial e este investindo, de maneira mais relevante, na realização de pesquisa e desenvolvimento empresarial e na contratação de mestres e doutores e, com isso, participando mais efetivamente nas ações de apropriação e utilização de conhecimento e nas interseções com o mundo científico e tecnológico, nas universidades e institutos de pesquisa.

O número de patentes anuais registradas no USPTU, apesar de ser ainda modesto, menor do que 10% do registrado pela China, não o é se esses indicadores forem medidos "per capita". Nesse caso, com base em dados da Fapesp, o número de patentes por pesquisador em empresas é 1,7 no Brasil enquanto na China é 1,3.

Somos poucos, porem competentes. Iniciamos tarde e melhoramos lentamente. Isso ainda está longe do suficiente.

São ações que mantidas, ampliadas e universalizadas, permitem ver dias melhores para os resultados da inovação no país.

Ao se deter no "locus" da inovação empresarial, as micro e pequenas empresas que hoje representam mais de 90% dos cerca de seis milhões de estabelecimentos formais no país, com mais de 50 milhões de empregos gerados, se apresentam como o segmento com maior impacto para alavancar o crescimento da inovação e consequentemente da competitividade das empresas brasileiras.

Quando se foca no universo dessas empresas com negócios tecnológicos, os recursos das agências de fomento, as políticas públicas, aproximação com o mundo acadêmico, participação de pesquisadores, valorização da propriedade intelectual, se tornam mais atuantes e visíveis, contribuindo para o sucesso desses empreendimentos que passam a ter um lugar ao sol no panorama da inovação nacional e no mercado.

Como facilitadores desse processo, as incubadoras de empresas e parques tecnológicos, como "habitats" onde, naturalmente, se estabelecem sinergias para o sucesso dessas empresas e não um ambiente de concorrência que não ajuda, nesse momento de fortalecimento de seus negócios, são agentes capazes de desempenhar um papel relevante no apoio à solução dos gargalos tecnológicos, empresariais e mercadológicos demandados nesse universo.

Somos hoje, segundo a Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores (Anprotec), um país com cerca de 400 incubadoras de empresas e 20 parques tecnológicos. Nessas incubadoras orbitam hoje mais de 4.800 empresas, tendo sido graduadas para o mercado, nos últimos dez anos, perto de 1.500 dessas instituições.

Em São Paulo, como preconiza a sua Lei de Inovação, foram criados, recentemente, o Sistema Paulista de Parques Tecnológicos (SPTec) e a Rede Paulista de Incubadoras Tecnológicas (RPITec), identificados, juntamente com o Fundo Estadual Científico e Tecnológico (Funcet), como agentes no apoio a inovação empresarial, empreendedorismo e a criação e fortalecimento de empresas de base tecnológica, inclusive e especialmente de pequenas empresas.

São processos que têm como foco os desafios de uma participação importante e crescente no mercado e na geração de empregos de qualidade. Desafios que pela sua relevância e oportunidade exigem uma cruzada, com governo e sociedade presentes, rumo a uma maximização da inovação empresarial.

Atualizando a reflexão de Fernando Pessoa, "navegar é preciso" e foi preciso para vencer os desafios que se apresentavam no quadro político e macro econômico de centenas de anos atrás, seria de todo pertinente dizer, hoje, que "Inovar é preciso" e... viver, com qualidade e bem, também.

Nem mantra nem carma, a inovação é e será o resultado de nosso entendimento e das nossas ações.

Claudio Rodrigues é diretor-presidente do Cietec
Valor 19.07.2011

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Siemens investe em P&D

A Siemens vai investir US$ 50 milhões em um centro de pesquisas no Rio de Janeiro, voltado para o setor de petróleo e gás. A iniciativa faz parte dos planos da Siemens de dobrar suas atividades com novos investimentos no país e é resultado de uma parceria com a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). O novo centro de P&D - o sétimo da Siemens no país - será instalado no Parque Tecnológico da Ilha do Fundão e tem previsão de inauguração até o fim de 2012. Com uma área construída de quatro mil metros quadrados, irá empregar, em um primeiro momento, 800 pesquisadores e engenheiros.
Valor 8.7.11

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Fundo Pitanga de Venture Capital

Inovações e patentes

A necessidade de inovação para que a indústria brasileira possa ganhar competitividade internacional tem merecido grande destaque, mas só agora é que serão tomadas as primeiras medidas para a modernização do sistema brasileiro de registro de patentes, a cargo do Instituto Nacional de Propriedade Industrial (Inpi). A partir de agosto, o Inpi vai contratar novos servidores e adquirir equipamentos modernos para dinamizar a concessão de patentes, de modo a encorajar as empresas a garantir os seus direitos sobre os resultados de seus investimentos em pesquisas e desenvolvimento, em vez de mantê-los na posição vulnerável de segredo industrial. Ao mesmo tempo, a maior facilidade para a obtenção de patentes contribuirá para evitar que indivíduos ou empresas se aproveitem da riquíssima biodiversidade brasileira para registrar no exterior produtos originários de plantas naturais do País.


O número de patentes solicitadas vem aumentando. Foi de 24 mil em 2009 para 28 mil no ano passado, um crescimento de 11%, podendo atingir 36 mil este ano, segundo o presidente do Inpi, Jorge Ávila. Mas ainda é muito pouco em relação a países como os EUA, onde a demanda de novas patentes gira atualmente em torno 600 mil por ano. O grande problema no País é que o registro de uma patente leva oito anos, no mínimo, para ser concedido. Como observou o professor Carlos Pacheco, da Universidade de Campinas, o processo de análise de uma patente no Brasil consome quase a metade dos 20 anos de sua validade. Por causa desse atraso, as empresas deixam de ter acesso a alguns benefícios fiscais e não podem agregar o valor da patente ao seu patrimônio.

Isso ocorre não só porque o Inpi está reconhecidamente mal equipado para exercício o de suas funções, mas também por causa de outros entraves burocráticos ao longo do processo. O ministro do Desenvolvimento, Fernando Pimentel, promete que, com o dispêndio de R$ 55 milhões por ano em salários de analistas e R$ 20 milhões para compra de sistemas de computação, o prazo pode ser reduzido à metade. Mesmo assim, o processo ainda será demorado, devendo ser feito um esforço para que ele não passe de três anos, como ocorre na Coreia do Sul.

O primeiro desafio será tirar o atraso. Existem hoje no Inpi 154 mil pedidos de patentes que ainda dependem de análise por 223 examinadores, segundo informa o Estado (28/6). Fazendo o cálculo pelo número anual de pedidos, verifica-se que ele é cinco vezes maior que o número de funcionários habilitados. Nos EUA, o número de analistas corresponde a 1,6 da demanda anual. Contratar funcionários mediante concurso público é apenas a primeira etapa, uma vez que eles terão de ser treinados para executar o trabalho com eficiência, o que leva tempo.

Do lado da indústria manufatureira, o empenho em inovar, conjugado com a maior facilidade para registro, é fundamental, uma das formas para contornar conhecidas dificuldades para concorrer no mercado internacional e defender-se de investidas de produtos importados no mercado interno, podendo contribuir para contrabalançar desvantagens como a pesada carga tributária, altos juros e câmbio sobrevalorizado.

Mas existe também outro aspecto: ao tornar mais rápido o registro de patentes, o País terá mais força para combater a biopirataria, incentivando a pesquisa científica, particularmente voltada para a biodiversidade da região amazônica, da Mata Atlântica e do Cerrado. Analistas que investigaram a origem das plantas utilizadas em patentes internacionais constataram que uma quantidade significativa delas é oriunda da biodiversidade brasileira. Contudo, a grande maioria das patentes às quais essas plantas estão associadas é estrangeira. Os seus "proprietários" costumam afirmar que esse material foi retirado do Brasil antes da assinatura da Convenção Internacional da Biodiversidade em 1992. Ainda que não tenha sido, recorre-se também à alegação de que patentes foram registradas no exterior dada a dificuldade de fazê-lo no País.
04 de julho de 2011 - O Estado de S.Paulo

sexta-feira, 1 de julho de 2011

País sobe em ranking de inovação

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O Brasil subiu 13 posições no Indicador Global de Inovação 2011 (The Global Innovation Index), calculado todos os anos pelo Insead, uma das principais escolas de negócios da Europa, em parceria com a Organização Mundial de Propriedade Intelectual (Wipo, da sigla em inglês), agência vinculada à ONU. O levantamento, divulgado ontem em Paris, mostra que o país saiu do 60º lugar do ranking de 2010 para o 47º este ano.

Com o resultado, o Brasil está atrás de países como Chile, Costa Rica e Portugal, mas à frente de Rússia, Índia e Argentina. A Suíça ganhou três posições e assumiu a liderança, seguida por Suécia e Singapura na 2ª e 3ª colocações, respectivamente. A China foi o único país representante dos Brics a figurar no top ten, ficando com o 4º lugar. Finlândia (5º), Dinamarca (6º), Estados Unidos (7º), Canadá (8º), Holanda (9º) e Reino Unido (10º) fecham a lista dos dez países com melhor ambiente para o desenvolvimento de inovação do mundo.

O Global Innovation Index é construído com base em mais de 50 variáveis divididas em sete grandes blocos: Instituições (ambientes político e regulatório), Capital Intelectual e Pesquisa (indicadores de educação básica e superior), Infraestrutura (energia), Sofisticação de Mercado (acesso a crédito, mercado de capitais, comércio exterior), Sofisticação de Negócios (conhecimento dos profissionais, colaboração entre indústria e universidade), Produção Científica (computador por habitante, capacidade de geração de patentes) e Produção Criativa (consumo de produtos culturais e de lazer, produção de filmes).
Valor 1º-7-2011