sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Para agência de fomento alemã, cooperação em ciência deve ser reforçada




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O aumento dos investimentos públicos dirigidos à produção científica e à inovação pode ser considerado uma das razões pelas quais a Alemanha superou a crise financeira internacional de 2008 primeiro que seus vizinhos e, atualmente, se apresenta melhor que o resto da Europa, imersa na recessão econômica e nos problemas do alto endividamento público. A opinião é do engenheiro de produção Matthias Kleiner, presidente Deutsche Forschungsgemeinschaft (DFG), fundação nacional alemã responsável pelo financiamento à pesquisa acadêmica no país, órgão equivalente no Brasil ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), agência de fomento do Ministério da Ciência e Tecnologia, ou à Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), do governo estadual.

Há três anos, logo no início das turbulências da economia mundial, Kleiner conta que o governo alemão decidiu aportar, de forma extraordinária, € 18 bilhões para a DFG aumentar a concessão de bolsas de mestrado e doutorado, apoiar universidades na construção de novas habitações a estudantes e criar uma linha específica de financiamento para centros de pesquisa de excelência.

Quando a Europa dava os primeiros sinais, em 2010, de que poderia mergulhar em nova crise, a DFG conseguiu dos governos federal e estaduais da Alemanha, responsáveis por 99% dos recursos da entidade, a fixação de um aumento anual de 5% de seu orçamento para os próximos cinco anos. A medida vale a partir deste ano, quando a agência pretende gastar € 2,5 bilhões para financiar estudos de mais de 20 mil doutorandos, além de mestrandos, graduandos e projetos de educação básica.

Em passagem de dois dias pelo Brasil, Kleiner fechou parcerias de intercâmbio com fundações estaduais de apoio à pesquisa, com maior atenção às áreas de energia, utilização do solo e mudanças climáticas, se reuniu com a direção das agências federais do setor e com empresários brasileiros e alemães - potenciais doadores da DFG. Na visão de Kleiner, "a produção acadêmica do Brasil avança rapidamente", com a formação de mais de 10 mil doutores por ano.

Para Kleiner, ciência e inovação estão ganhando destaque nas agendas de governos do mundo todo e são motivo de cooperação entre países, e Brasil é um país que lidera esse processo. "É importante para a Alemanha e outros países trabalharem juntos nesse campo. Temos desafios globais relevantes que só podem ser enfrentados com cooperação, veja o tema das mudanças climáticas, de energia, os problemas de saúde", observou. (LM)
Valor 19.8.2011

Um comentário:

  1. Sobre o que disse o Sr. Kleiner , vai minha contribuição: Os programs de inovação precisam incluir os INVENTORES INDEPENDENTES (especialmente os que possuem patentes requeridas ou cartas patentents concedidas). tem sido grave erro concentrar os recursos nas mãos de acadêmicos arrogantes e autoritários, que combatem os inventores independentes (pois esses verdadeiros inventores; geralmente autodidatas,, não estão dando dinheiro para "orientadores", por isso s muitas vezes são combatidos pelos acadêmicos arrogantes) .
    O Sr. Kleiner disse, acima: ...ciência e inovação estão ganhando destaque nas agendas de governos do mundo todo e são motivo de cooperação entre países, e Brasil é um país que lidera esse processo. "É importante para a Alemanha e outros países trabalharem juntos nesse campo. Temos desafios globais relevantes que só podem ser enfrentados com cooperação, veja o tema das mudanças climáticas, de energia, os problemas de saúde", observou.

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