terça-feira, 2 de março de 2010

Investimento em inovação ainda é pequeno no país

Apesar do crescimento nos últimos anos, os investimentos em inovação dos laboratórios nacionais ainda é pequeno, se comparado com os aportes feitos por multinacionais. Boa parte das farmacêuticas internacionais destina por ano cerca de 6% a 10% do seu faturamento líquido em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D). Em 2008, o país investiu cerca de R$ 8 bilhões.

O governo está incentivando os laboratórios nacionais a fazer investimentos em inovação, como forma de reduzir a dependência do país de medicamentos de alta tecnologia. Segundo Ronaldo Mota, secretário do Desenvolvimento Tecnológico e Inovação do Ministério da Ciência e Tecnologia, o governo planeja dar impulso ao Sistema Brasileiro de Tecnologia (Sibratec). "Assim como a Embrapa [Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária] é referência internacional, queremos fazer o mesmo com o Sibratec na saúde", disse. A diferença, segundo ele, é que a Embrapa teve de mandar seus cientistas para o exterior nos anos 70 para que eles adquirissem conhecimento. "Nossos cientistas já têm conhecimento", disse. Mota afirmou que o Sibratec já tem convênios em oito Estados e deverá ampliar sua atuação para 22 Estados ainda neste semestre.

Ogari Pacheco, presidente do laboratório Cristália, defende tratamento diferenciado para os laboratórios nacionais que investem pesado em P&D no país. Segundo ele, é possível que companhias farmacêuticas nacionais de médio porte expandam seu portfólio com investimento em inovação.

A Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), vinculada ao Ministério de Ciência e Tecnologia, também está aumentando seus aportes em pesquisas na área da saúde. Os investimentos foram de R$ 607,5 milhões entre 2002 e 2009, segundo Gilberto Soares, da Finep.

A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) também está trabalhando para acelerar os processos de autorização de medicamentos no órgão. "O objetivo não é fazer rápido, é fazer bem", disse Dirceu Raposo de Mello, presidente da agência.

Raposo disse que a Anvisa tem contribuído para o Complexo Industrial da Saúde e que neste ano uma das prioridades será estreitar as relações com outras agências estrangeiras. As conversas estão mais adiantadas com o Canadá. Segundo ele, o mesmo deverá ser feito nos Estados Unidos e com os países da União Europeia, com os órgãos competentes destas regiões. "Já temos um acordo de reciprocidade com Moçambique", disse. (fonte: Valor 02/03/10 MS)

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