segunda-feira, 24 de maio de 2010

Sudeste precisa avançar na área de tecnologia, design e qualidade

.
Os problemas que os Arranjos Produtivos Locais (APLs) enfrentam no Sudeste na área de produção são: elevada informalidade, dificuldade em manter um fluxo constante de fornecimento de produtos e serviços, barreiras ambientais, ausência de fornecedores de matérias-primas e equipamentos para a indústria local.

A conclusão faz parte de um levantamento produzido no ano passado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O mesmo estudo indica que os gargalos em tecnologia e inovação são: baixo conteúdo tecnológico, pequena incorporação de design aos produtos, ausência ou deficiência nos programas de assistência técnica. Os APLs do Sudeste encontram ainda dificuldades em financiar capital de giro e em investir em métodos gerenciais, administração de empregados e controle de qualidade. Também enfrentam ausência de informações sobre o mercado e baixa eficiência dos sistemas de comercialização e marketing.

No Sudeste, são 41 os APLs, dos quais 24 ficam em São Paulo. Os setores de móveis organizados nos arranjos estão em Minas Gerais, Espírito Santo e São Paulo. O setor calçadista está presente nos Estados mineiro e paulista. A região abriga ainda APLs em outros setores, como extração mineral, madeira e móveis, confecções, metalomecânico, tecnologia da informação, bebidas, entretenimento, fruticultura, aeroespacial, agroindústria, álcool e biotecnologia.

Luciano Almeida, secretário de Desenvolvimento de São Paulo, diz que o Estado tem 24 APLs e 22 aglomerados produtivos (ainda sem estrutura local e governança), distribuídos em 119 municípios. Para fomentar cerca de 2 mil empresas, em 15 APLs, que geram mais de 60 mil empregos diretos, a secretaria assinou um convênio com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e o Sebrae-SP, para viabilizar um projeto-piloto de US$ 20 milhões, em andamento desde 2008.

O Sebrae-SP tem forte atuação no apoio aos APLs desde 2002, com o objetivo de reforçar os polos produtivos industriais melhorando a competitividade das empresas. A atuação, inicialmente concentrada em capacitação e consultoria, foi reorientada a partir de 2009. Segundo Ilsiane Peloso, do Sebrae-SP passou a atuar mais setorialmente, promovendo uma análise efetiva de mercado. O objetivo foi identificar o que os consumidores mais exigentes esperam dos produtos e, assim, adequar melhor a relação varejo/indústria. Para as empresas, essas ações possibilitaram adicionar serviços e agregar valor aos produtos.

Para José Ricardo Roriz Coelho, diretor-titular do Departamento de Competitividade da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), a criação da Rede Paulista de Arranjos Produtivos Locais tem ajudado a organizar as demandas locais. "Além disso, induziu as localidades a terem muito claro quais investimentos fixos devem demandar, quais os atores locais devem estar envolvidos e quais objetivos de apoio à competitividade das MPEs locais devem ser atendidos", afirma.
Valor, 24,05,2010

Nenhum comentário:

Postar um comentário