terça-feira, 13 de dezembro de 2011

EMC investe em polo de pesquisas em universidade

Brian Gallagher, da EMC: foco na contratação do gerente-geral e de outros funcionários para o centro, cuja construção foi iniciada semana passada

A EMC Corporation, dos Estados Unidos, planeja concluir a construção de um polo de pesquisas no Parque Tecnológico da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), na Ilha do Fundão, capital fluminense, até o primeiro semestre de 2013. A companhia prevê investir US$ 100 milhões no país nos próximos cinco anos, sendo que cerca de metade desse valor será destinada à construção -iniciada semana passada - e início da operação do centro de pesquisas. Está previsto também em contrato a aplicação de US$ 1,8 milhão por ano, nesse período, para o desenvolvimento da UFRJ e de projetos em parceria com o Centro de Pesquisas da Petrobras (Cenpes). O restante será empenhado para reforçar a capacidade de vendas, serviços e fabricação no país, por meio das parcerias com a Foxconn e com o Instituto El Dorado.

O terreno que abrigará o polo será alugado por 20 anos, com a possibilidade de renovação do contrato. A companhia - que atua na área de tecnologia da informação com foco no armazenamento de dados - não revela os valores negociados pelo imóvel.

O presidente da divisão de armazenamento de dados da EMC para empresas, Brian Gallagher, afirmou ao Valor que a companhia ainda não contratou ninguém para trabalhar no centro de pesquisa e desenvolvimento, nem mesmo o executivo que comandará as operações no Rio. "O foco principal agora é, obviamente, contratar o gerente-geral para as instalações, assim como outros funcionários-chave", explicou. "Nesta visita [ao Brasil] entrevistamos candidatos em potencial". Em novembro, a vice-presidente e diretora de tecnologia da companhia, Patrícia Florissi, disse ao Valor que estava difícil encontrar um executivo que aliasse o conhecimento acadêmico à experiência com o mundo das empresas. Para o quadro geral, deverão ser contratados 50 funcionários.

A EMC investe, em média, US$ 2 bilhões por ano em pesquisa e desenvolvimento no mundo. Além do centro no Rio, a companhia tem polo de pesquisas na Índia, na China, na Rússia e em Israel.

O polo de pesquisas no Rio será voltado principalmente para a aquisição, análise, colaboração e visualização de dados sísmicos gerados pela indústria de petróleo e gás. Será o primeiro da EMC direcionado a esse segmento. Segundo Gallagher, a EMC planeja abrigar nessas instalações um centro de pesquisa aplicada, laboratórios de soluções e um espaço dedicado a reuniões e conferências para executivos.

"Acreditamos que o que vamos fazer aqui poderá ser aplicado em outras indústrias como ciência e serviços de inteligência e de finanças", disse Gallagher. A EMC tem cerca de cem clientes no país, com destaque para a Petrobras.

Gallagher calcula que a companhia vai crescer 16% em 2011, comparado ao ano passado, com investimentos de US$ 19,8 bilhões em todo o mundo.

O vice-presidente da companhia, Joel Schwartz, afirmou que ao escolher o Rio para sediar o primeiro centro de pesquisas na América Latina, a EMC não olhou apenas a economia brasileira. Ele destacou a Copa do Mundo e a quantidade de contratos que precisam ser cumpridos até a data dos jogos: "É muito importante para nós estarmos prontos para atender o mercado da América Latina."

Por Marta Nogueira | Do Rio / Valor 13.12.2011

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