terça-feira, 22 de março de 2011

Qualificação de mão de obra é prioridade

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Para Solso, é preciso, antes de mais nada, cuidar da formação básica, como matemática e ciências. "Sem isso, não podemos garantir o treinamento necessário posteriormente", completa.


A iniciativa privada deve ajudar na formação de mão de obra qualificada em países emergentes como o Brasil se quiser continuar a expandir os seus negócios nessas regiões, segundo o presidente mundial da Cummins, Tim Solso. Membro do CEO Fórum Brasil-EUA, o grupo de altos executivos que atuam como conselheiros dos dois governos, o americano aponta a educação como um dos principais pontos da agenda que o fórum assumiu durante encontro entre Barack Obama e Dilma Rousseff, em Brasília, no fim de semana.

"Não acredito que o lado do poder público possa, sozinho, produzir os requisitos educacionais que a indústria precisa; é por isso que o setor privado deve se envolver (nessa causa)", afirma. A deficiência na formação profissional da mão de obra disponível se reflete, destaca o executivo, em todo o mundo. "Até mesmo nos Estados Unidos sentimos isso".

Entre as possibilidades de avanço na área educacional, o fórum vai sugerir aos governos a intensificação do intercâmbio. Isso pode resultar tanto no aumento de oferta de bolsas para jovens brasileiros nos Estados Unidos como na possibilidade de profissionais formados nos EUA poderem trabalhar em empresas americanas com operações em território brasileiro.

Como boa parte das empresas do setor industrial, a Cummins se queixa da dificuldade para encontrar mão de obra especializada em áreas técnicas e de engenharia.

Para o executivo da Cummins, que foi apontado em recente pesquisa da imprensa americana como um dos mais atuantes do mundo, a questão da responsabilidade social deve ser também estratégica no envolvimento das empresas que ampliam as operações nas áreas emergentes. Incluindo a participação de sues funcionários. "Uma das coisas que eu mais gosto quando venho ao Brasil são as aulas que ensinam as mulheres a costurar para ter uma profissão", diz.

Não é apenas a área educacional que preocupa o principal executivo da Cummins. Ele lembra que o Brasil é a única grande economia mundial que não tem nenhum tipo de acordo formal com os Estados Unidos na área de cooperação comercial.

Segundo Solso, as discussões recentes indicam um avanço no sentido de estabelecer tratados para evitar a bitributação. "Brasil e Estados Unidos negociam esse tipo de entendimento há mais de 40 anos", afirma.

Solso considera o encontro do fim de semana como o mais produtivo dos seis já realizados desde a criação do CEO Fórum Brasil-EUA. Ele lembra que Dilma Rousseff participou de todos. Luiz Inácio da Silva esteve em dois. O ex-presidente dos EUA, George Bush, também participou de dois e Obama fez a sua estreia no evento deste ano.

O executivo demonstra entusiasmo em relação aos progressos na área de cooperação energética, incluindo biocombustíveis. Diante dos recentes conflitos nos países árabes, as descobertas do pré-sal brasileiro ganharam importância, lembra, sob o ponto de vista estratégico de suprimento mundial.
VAlor 22.3.11

Um comentário:

  1. A Cummins se queixa da falta de mão de obra mas ao mesmo tempo que não consegue reter os seus talentos devido ao ambiente interno da empresa.
    Uma amostra clara da falta de cuidado com os funcionários é o restaurante da empresa que serve refeições de péssima qualidade.
    Os líderes só pensam em suas carreiras e a metolodolia americana pensa apenas na obtenção de lucros a qualquer custo levando a ação da responsabilidade social da empresa ser extremamente mercadológica com ações limitas ao entorno da empresa e de forma muito simplista.

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